sábado, 30 de março de 2013

" OS LEMAS DE A. A. ... "

" OS LEMAS DE A. A. ... "
O A.A...é uma "Escola de Vida". e tudo que serve ao alcoólico para ajudar na
sua recuperação e a nós, é plenamente válido e aceito por nós. Tudo em A.A.
foi apanhado "emprestado" de outrem, burilados e adaptados para nossa
própria recuperação."Do livro "Caminhos da Vida" de Bill W. "A.A. não se
inventou! Seus métodos e fundamentos nos foram legados através da
experiência e sabedorias de muitos grandes amigos.. Nós simplesmente tomamos
e adaptamos suas idéias!" Nada melhor para expressar essas "idéias" que os
LEMAS, por nós usados:
1. Evite o 1º gole!
2. Viva e deixe viver!
3. Primeiro as primeiras coisas!
4. Vá com calma... Mas vá!
5. Só por hoje...
6. Não se deixe levar muito a sério!
7. Só pela graça de Deus!
8. Não se desespere!
9. Pense!
10. Um dia de cada vez!
11. Saia da direção!
12. Isto também passará!
13. Ame ao seu vizinho, mas... faça a sua cerca!
14. Não espere nada dos outros!
15. Entregue-o...!
16. Eu não parei. Me rendi!
17. A paciência pode mais que a sabedoria!
18. Pense antes de beber. A hora de procurar seu padrinho é antes. Não depois!
19. Faça as coisas fáceis! Não procure dificultá-las!
20. Não espere perfeição!
21. É preciso perdoar!
22. Fuja dos ressentimentos!
23. Pare, olhe, pense!
24. Um é muito, mil não chegam!
25. O que não tem solução, solucionado está!
26. Sapateiro, aos teus chinelos!
27. O bom é o pior inimigo do melhor!
28. Não dê tempo à solidão!
29. Esqueça os prejuízos!
30. Deus é a solução!
31. Que comece por mim!
32. Ação! Esta é a palavra mágica – AÇÃO!
33. Dê tempo ao tempo!
34. Sorria e o mundo sorrirá consigo!
35. O amanhã somente a Deus pertence. Faça-o HOJE!
36. O ignorante deprecia. O sábio investiga. Seja sábio!
37. É dando que se recebe!
38. Leve a mensagem!
39. Humildade não é humilhação. É força provinda de Deus!
40. Não fique em cima do muro. Tome uma decisão!
41. Tudo pela graça de Deus!
42. Abstinência não é sobriedade. O sóbrio tranqüiliza. O abstêmio tumultua!
43. Fuja da armadilha do "se"!
44. Foi bom você ter vindo!
45. Encontre seu próprio caminho!
46. Experimente os Passos. Respeite as Tradições!
47. Olhe-se primeiro. Depois... Olhe-se de novo!
48. Não procure inventar a roda!
49. Quem esquece o seu passado está condenado a repeti-lo!
50. Só os arrogantes são humilhados. Os humildes são exaltados!
51. Deus não perdoa, nem castiga. JUSTICIA!
52. O A. A. é uma obra de Deus. Respeite-OS!
53. Não procure esconder seus defeitos na garrafa. Livre-se deles!
54. O exemplo não é a melhor forma de convencer. É a ÚNICA!
55. Meça suas palavras. Uma vida pode depender delas!
56. Acomodação não é serenidade. É defeito de caráter. TRABALHE!
57. O melhor está por vir!
58. O segredo está sempre na próxima reunião!
59. O ressentimento é a cal virgem do alcoólatra. Destroem-no!
60. Não beba HOJE, mesmo que o mundo todo se acabe!
61. Evite pré-julgar. Aprenda a escutar, a pensar e a esperar!
62. Deus não exige que consigamos. Espera apenas que tentemos!
63. Se você tiver dois problemas, procure resolve-los. Se quiser ter três, beba!
64. Quem se precipita decide mal!
65. Não lamente o pneu furado. Dê graças a Deus pelo telefone perto!
66. Se queres ser feliz por um dia, vinga-te. Se queres ser feliz por toda a vida – PERDOA!
67. O tumulto é como bola de neve – quanto mais rola, mais cresce!
68. Em A.A. nada se cria. Tudo se copia!
69. Às vezes uma palavra resolve!
70. Não precisamos lamentar os erros passados. Devemos, isto sim, não procurar repeti-los!
71. Se o seu caso é beber, o problema é seu. Se é parar de beber, o problema é nosso!
72. Em vez de julgar as coisas erradas que os outros fazem, pense nas coisas certas que você deixou de fazer!
73. Errar é humano e na vida só não errou quem nada fez!
74. Digno de admiração não é aquele que cai, mas o que sabe se levantar!
75. O problema não é somar qualidades, mas...subtrair defeitos!
76. O homem, em si só é ação limitada. Comungando, repartindo, é FORÇA, é PODER!
77. Não critique. AJUDE!
78. Aceitação é um ato de AMOR!
79. Não exija perfeição nos outros, mas procure melhorar-se o quanto possível!
80. As almas são como as velas – acendem-se umas nas outras!
Produzido, por Aluizio F.
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Que o PS conceda-nos infinitas 24 Horas. SÓ POR HOJE!

sexta-feira, 29 de março de 2013

PERGUNTAS E RESPOSTAS

ALCOOLISMO E OS ALCOÓLICOS

Até há bem pouco tempo o alcoolismo era considerado como um problema moral. Hoje, muitos consideram-no principalmente como um problema de saúde. Para cada bebedor-problema, será sempre um assunto muito pessoal. Os alcoólicos que procuram AA fazem frequentemente perguntas relacionadas com a sua própria experiência, os seus próprios medos e a sua própria esperança de encontrar uma vida melhor.

O QUE É O ALCOOLISMO?

Há muitas ideias diferentes acerca do que o alcoolismo é na realidade. A explicação que parece fazer sentido para a maioria dos membros de AA é que o alcoolismo é uma doença, uma doença progressiva que nunca pode ser curada mas que, tal como outras doenças, pode ser detida. Indo um pouco mais longe, muitos membros de AA acham que a doença é a combinação de uma alergia ao álcool com uma obsessão mental pela bebida que, apesar das consequências, não pode ser vencida somente pela força de vontade.

Antes de entrarem em contacto com AA, muitos alcoólicos que não conseguem parar de beber consideram-se moralmente fracos ou até mentalmente desequilibrados. Para AA os alcoólicos são pessoas doentes que podem recuperar se seguirem um programa que é simples e que tem tido sucesso com mais de um milhão e meio de homens e mulheres.

Depois de o alcoolismo se ter instalado, não existe nada de moralmente errado com o facto de se estar doente. Nesta altura a força de vontade não resulta porque o doente perdeu o poder de escolha sobre o álcool. O importante é que ele encare de frente que é um doente e que aproveite a ajuda ao seu dispor. Também tem de ter o desejo de ficar bem. A experiência mostra que o programa de AA funcionará para todos os alcoólicos que forem sinceros no seu esforço para parar de beber, mas geralmente não resultará para aqueles que não estão absolutamente seguros de querer parar.

COMO POSSO SABER SE SOU REALMENTE UM ALCOÓLICO?

Só você poderá tomar essa decisão. Muitas pessoas que estão agora em AA tinham ouvido dizer que não eram alcoólicos que só precisavam de ter mais força de vontade, mudança de ambiente, mais descanso ou mais distracções para resolverem o seu problema. Estas mesmas pessoas acabaram por procurar AA porque sentiram, no seu íntimo, que o álcool as tinha derrotado e estavam dispostas a tentar qualquer coisa que as libertasse da compulsão pela bebida.

Alguns destes homens e mulheres passaram por experiências terríveis com o álcool até conseguirem admitir que o álcool não era para eles. Tornaram-se marginais, roubaram, mentiram, enganaram e até mataram durante o tempo em que bebiam. Aproveitaram-se dos patrões e maltrataram a família. Mostraram-se completamente irresponsáveis nas relações com os outros. Dissiparam os seus bens materiais, mentais e espirituais.

Muitos outros, com histórias muito menos trágicas, também procuraram AA. Nunca tinham sido presos nem hospitalizados. A sua maneira de beber excessiva talvez não tivesse sido notado pelos familiares e amigos mais próximos. Sabiam, porém, o suficiente sobre alcoolismo como doença progressiva para se assustarem. Entraram para AA antes de terem pago um preço muito elevado.

Em AA é costume dizer-se que não se pode ser um pouco alcoólico. Ou se é, ou não se é. Só a própria pessoa pode dizer se o álcool se tornou para ela um problema incontrolável. Consulte "Será que AA é para Si?"

UM ALCOÓLICO PODERÁ VOLTAR A BEBER "NORMALMENTE"?

Tanto quanto se sabe, quem se tenha tornado um alcoólico jamais deixará de o ser. O simples facto de se abster do álcool durante meses ou mesmo anos nunca deu a um alcoólico capacidade para voltar a beber normalmente ou em sociedade. Uma vez ultrapassada a fronteira que separa o bebedor excessivo do bebedor alcoólico irresponsável, parece não haver retrocesso. São poucos os alcoólicos que bebem deliberadamente para se meterem em dificuldades, mas estas parecem inevitáveis quando um alcoólico bebe. Depois de parar por algum tempo, o alcoólico pode pensar que não lhe fará mal experimentar umas cervejas ou uns copos de vinho. Isto pode levá-lo à ilusão de que pode evitar os problemas se beber só às refeições, mas não demorará muito até que o alcoólico volte ao velho padrão de bebedor excessivo, apesar de todos os seus esforços para se manter nos limites de uma maneira de beber moderada e social.

A resposta a esta pergunta, baseada na experiência de AA, é que quem é alcoólico jamais poderá controlar a sua maneira de beber. Assim só restam duas hipóteses: permitir que a maneira de beber se agrave progressivamente com todas as consequências prejudiciais que daí resultam, ou parar completamente e desenvolver um novo padrão de vida sóbrio e construtivo.

SERÁ QUE UM MEMBRO DE AA NÃO PODE BEBER NEM UMA CERVEJA?

É óbvio que em AA não há obrigações e ninguém controla os membros para saber se estão ou não a beber. A resposta a esta questão é que se uma pessoa é alcoólica, não pode arriscar-se a beber qualquer espécie de álcool. Álcool é sempre álcool, seja num martini, num whisky com soda, numa taça de champanhe - ou numa cervejinha. Para o alcoólico, um copo de álcool será sempre demais e vinte copos não chegam.

Para assegurarem a sua sobriedade, os alcoólicos têm simplesmente de se manter afastados do álcool, independentemente da quantidade, mistura ou concentração que pensam poder controlar.

É óbvio que poucas pessoas se embebedam com duas ou três garrafas de cerveja. O alcoólico sabe-o tão bem como qualquer outra pessoa. Mas os alcoólicos podem convencer-se de que vão simplesmente beber duas ou três cervejas e ficar por aí. Por vezes podem até seguir este plano durante alguns dias ou semanas. Podem acabar por decidir que já que estão a beber, o melhor será beber "a valer". Assim, aumentam o seu consumo de cerveja ou de vinho, ou passam para bebidas fortes. Uma vez mais, voltam ao ponto de partida.

CONSIGO MANTER-ME SÓBRIO DURANTE BASTANTE TEMPO ENTRE BEBEDEIRAS; COMO POSSO SABER SE PRECISO DE AA?

A maioria dos membros de AA diria que é a maneira como se bebe, e não a frequência com que se bebe que determina se se é ou não um alcoólico. No meio dos seus períodos de bebida muitos bebedores-problema podem estar semanas, meses e, às vezes, anos sem beber. Durante estes períodos de sobriedade poderão nem sequer pensar no álcool. Sem esforço mental nem emocional são capazes de escolher entre beber e não beber, e preferem não beber.

A dada altura, por razões inexplicáveis ou mesmo sem qualquer razão, apanham uma grande bebedeira. Esquecem o emprego, a família e outras responsabilidades cívicas e sociais. A bebedeira poderá durar uma só noite ou prolongar-se por dias ou semanas. Quando acaba, o bebedor fica geralmente fraco e cheio de remorsos, resolvido a não permitir que o mesmo volte a acontecer. Mas acontece.

Esta maneira "periódica" de beber é desconcertante, não só para aqueles que rodeiam o bebedor, como também para a própria pessoa que bebe. Ele ou ela não consegue perceber como é possível interessar-se tão pouco pelo álcool durante o período entre as bebedeiras e ter tão pouco controle sobre ele quando começa a beber.

O bebedor periódico pode ou não ser um alcoólico. Mas, se a sua maneira de beber se tornou incontrolável e se o período entre as bebedeiras é cada vez mais curto, é provável que tenha chegado o momento de enfrentar o problema. Se a pessoa está pronta a admitir que é alcoólica, então foi dado o primeiro passo em direcção à sobriedade continuada que milhares e milhares de A.A.s desfrutam.

OS OUTROS DIZEM QUE NÃO SOU ALCOÓLICO, MAS A MINHA MANEIRA DE BEBER PARECE ESTAR A PIORAR. SERÁ QUE DEVO ENTRAR PARA AA?

Enquanto bebiam, a família, amigos e médicos de muitos membros de AA asseguravam-lhes que não eram alcoólicos. O próprio alcoólico geralmente complica o problema por não estar disposto a enfrentar a situação de forma realista. Por não ser completamente honesto, o bebedor-problema dificilmente pode ser ajudado por um médico. De facto, é até de admirar que antos médicos tenham conseguido penetrar nas mentiras do bebedor-problema e fazer um diagnóstico correcto.

Nunca é demais sublinhar que a decisão importante - será que sou um alcoólico? - tem que ser tomada pelo bebedor. Só ele ou ela - e não o médico, a família ou os amigos - pode tomar essa decisão. Mas uma vez tomada, metade da batalha pela sobriedade está ganha. Se deixar que outros decidam por si, o alcoólico poderá estar a arrastar desnecessariamente os perigos e a desgraça provocados pela sua maneira descontrolada de beber.

SERÁ QUE SE PODE ALCANÇAR A SOBRIEDADE SÓ ATRAVÉS DA LITERATURA DE AA?

Algumas pessoas pararam de beber depois de lerem Alcoólicos Anónimos, o "Livro Azul" de AA que define os princípios básicos do programa de recuperação. No entanto, e sempre que possível, quase todos procuram imediatamente outros alcoólicos para com eles partilharem a sua experiência e sobriedade.

O programa de AA funciona melhor a nível individual para a pessoa que o reconhece e aceita como um programa que envolve outras pessoas. Ao trabalharem com outros alcoólicos no Grupo de AA, parece que os bebedores-problema aprendem mais acerca da sua doença e de como lidar com ela. Encontram-se rodeados por outros que compartilham a sua experiência passada, os seus problemas actuais e a sua esperança. Deixam de ter o sentimento de solidão que poderá ter sido um factor importante na sua compulsão para beber.

SE EU ENTRAR PARA AA, NÃO FICARÁ TODA A GENTE A SABER QUE SOU ALCOÓLICO?

O anonimato sempre foi, e é, a base do programa de AA. Depois de terem estado em AA durante algum tempo, a maior parte dos membros não se importa que se fique a saber que fazem parte de uma comunidade que os ajuda a manterem-se sóbrios. Tradicionalmente, os A.A.s nunca revelam a sua ligação com o movimento na imprensa, rádio ou em qualquer outro meio de comunicação social. E nenhum membro de AA tem o direito de quebrar o anonimato de outro.

Isto significa que o recém-chegado pode entrar para AA com a certeza de que nenhum dos seus novos amigos violará confidências relacionadas com o seu problema de bebida. Os membros mais antigos do Grupo compreendem o sentimento do recém-chegado. Lembram-se dos seus próprios medos quanto a serem publicamente identificados com o que parecia ser uma palavra terrível - "alcoólico".

Uma vez em AA, os recém-chegados podem achar graça ao facto de, no passado, se terem preocupado com o facto de se vir a saber que tinham parado de beber. Quando os alcoólicos bebem, a notícia das suas escapadelas espalha-se com uma velocidade notável. A maior parte dos alcoólicos já tem fama de bêbedo de primeira quando procura AA. Com raras excepções, a sua maneira de beber não é, provavelmente, segredo para ninguém. Nestas circunstâncias, seria de facto invulgar se as boas notícias da sobriedade continuada do alcoólico não provocassem também comentários.

Sejam quais forem as circunstâncias, ninguém, a não ser o próprio recém-chegado, pode divulgar a sua ligação com AA e, mesmo assim, só de modo a não prejudicar a Comunidade.

SE EU NÃO BEBER, COMO PODEREI SAIR-ME BEM NOS NEGÓCIOS, ONDE TENHO QUE FAZER MUITOS CONTACTOS SOCIAIS?

Nos dias de hoje, beber socialmente tornou-se uma parte integrante dos negócios em muitas áreas. Muitos dos contactos com clientes e possíveis clientes são combinados de modo a fazê-los coincidir com ocasiões em que os "cocktails", bebidas ou aperitivos parecem fazer parte integrante do dia ou noite. Muitos dos que são hoje membros de AA seriam os primeiros a admitir que frequentemente fizeram negócios importantes em bares, quartos de hotel e mesmo durante festas em casas particulares.

No entanto, é surpreendente a quantidade de trabalho que é feito no mundo inteiro sem a ajuda do álcool. Assim como é também surpreendente para muitos alcoólicos descobrir como conhecidos homens de negócios, da indústria, das artes e outros profissionais tiveram êxito sem dependerem do álcool. Na realidade, muitos dos que estão hoje sóbrios em AA admitem que usaram os "contactos de negócios" como uma das várias desculpas para beber. Agora que já não bebem, descobrem que, na realidade, conseguem fazer mais do que faziam antes. A sobriedade tem provado não ser um impedimento à sua capacidade para fazer amigos e influenciar pessoas que poderiam contribuir para o seu êxito económico.

Isto não quer dizer que todos os membros de AA tenham passado subitamente a evitar os seus amigos ou companheiros de negócios que bebem. Se um amigo quer tomar um "cocktail" ou dois antes de almoço, o membro de AA toma geralmente um refrigerante, um café ou um sumo. Se for convidado para um "cocktail" por motivo de negócios, geralmente ele não hesita em ir. O alcoólico sabe, por experiência própria, que os outros convidados estão mais interessados nas suas próprias bebidas do que nas dos outros.

À medida que começa a sentir-se orgulhoso da qualidade e quantidade do seu trabalho, o recém-chegado a AA descobrirá provavelmente que o êxito nos negócios ainda se baseia na eficiência. Esta verdade simples não era tão óbvia na época em que bebia. Naquela época estava certamente convencido de que a simpatia, a genialidade e a sociabilidade eram as chaves do êxito nos negócios. Na verdade, embora estas qualidades sejam úteis para a pessoa que bebe controladamente, elas não chegam para o alcoólico pois este, quando bebe, tem tendência a dar-lhes muito mais importância do que elas merecem.

SERÁ QUE AA FUNCIONA PARA A PESSOA QUE TENHA REALMENTE CHEGADO AO "FUNDO DO POÇO"?

A experiência mostra que AA funciona para quase todos os que querem verdadeiramente parar de beber, seja qual for a sua situação económica ou social. AA tem hoje muitos membros que estiveram na valeta, em cadeias ou outras instituições públicas. Uma pessoa fracassada não pode sentir-se inferiorizada ao entrar para AA. O seu problema fundamental, o que tornou a sua vida ingovernável, é idêntico ao problema central de todos os outros membros de AA. Não se julga o valor de um membro de AA pela roupa que usa, pela sua maneira de falar ou pela sua conta bancária. A única coisa que conta em AA é se o recém-chegado quer parar de beber. Se quer, será bem-vindo. É muito possível que ele fique espantado ao descobrir como tantos outros membros conseguem contar histórias muito piores quando se trata de revelar passados e experiências semelhantes aos seus.

HAVERÁ ALCOÓLICOS QUE ENTRAM EM AA JÁ SÓBRIOS?

A maioria dos homens e mulheres procuram AA quando atingem o ponto mais baixo nos seus percursos de bebedores. Contudo, nem sempre é este o caso. Muitas pessoas entraram na Comunidade muito depois de terem tomado o que esperavam ser o seu último copo. Uma delas, ao reconhecer que não conseguia controlar o álcool, tinha estado sem beber durante seis ou sete anos, antes de se tornar membro de AA. Porém, a sua sobriedade forçada não tinha sido uma experiência feliz. A crescente tensão e os vários transtornos causados pelos pequenos problemas do dia-a-dia estavam a ponto de levá-la a novas experiências com o álcool, quando um amigo lhe sugeriu que procurasse AA. Desde então e já há alguns anos é membro de AA, e afirma que não há comparação possível entre a sobriedade feliz que tem hoje e a abstinência desconsolada que tinha antigamente.

Outros contam experiências semelhantes. Embora saibam que é possível permanecer-se tristemente abstinente por períodos de tempo consideráveis, dizem que, para eles, é muito mais fácil apreciar e fortalecer a sua sobriedade quando se reúnem e trabalham com outros alcoólicos em AA. Como a maioria da raça humana, não vêem vantagem nenhuma em fazer as coisas da maneira mais difícil. Sendo-lhes possível escolher a sobriedade com ou sem AA, escolhem deliberadamente AA.

PORQUE É QUE AA SE INTERESSA POR BEBEDORES-PROBLEMA?

Os membros de AA têm um interesse pessoal em oferecer ajuda a outros alcoólicos que ainda não alcançaram a sobriedade. Em primeiro lugar sabem por experiência própria que este tipo de actividade, à qual costumam chamar de trabalho do "Décimo Segundo Passo", os ajuda a manterem-se sóbrios. As suas vidas têm agora um grande e premente objectivo. É provável que as lembranças das suas próprias experiências anteriores com o álcool os ajudem a evitar o excesso de confiança que poderia levá-los a uma recaída. Seja qual for a explicação, os membros de AA que se dispõem a ajudar outros alcoólicos raramente têm dificuldade em manter a sua própria sobriedade.

A segunda razão pela qual os membros de AA sentem uma grande necessidade de ajudar os bebedores-problema é que, desta forma, têm a oportunidade de retribuir aos que os ajudaram em AA. É a única maneira prática que o indivíduo tem de poder pagar a sua dívida para com AA. O membro de AA sabe que a sobriedade não se compra e que não se pode partir do princípio de que ela se irá manter por muitos anos. Contudo, ele sabe que pode ter uma nova maneira de viver sem o álcool, se honestamente o desejar e se estiver disposto a partilhá-la com os que vierem a seguir. Tradicionalmente, AA nunca "recruta" membros, não tenta convencer ninguém a tornar-se membro e nunca solicita nem aceita fundos.

A COMUNIDADE DE AA

Se o recém-chegado estiver convencido que é alcoólico e que AA poderá ajudá-lo, faz geralmente uma série de perguntas específicas sobre a natureza, a estrutura e a história do movimento em si. Eis algumas das mais comuns.

O QUE SÃO OS ALCOÓLICOS ANÓNIMOS?

Há duas maneiras práticas de descrever AA. A primeira é a descrição comum dos seus propósitos e objectivos que aparece no início deste folheto:

Alcoólicos Anónimos é uma comunidade de homens e mulheres que partilham entre si a sua experiência, força e esperança para resolverem o seu problema comum e ajudarem outros a se recuperarem do alcoolismo. O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de AA não é necessário pagar taxas de admissão nem quotas. Somos auto-suficientes pelas nossas próprias contribuições. AA não está ligado a nenhuma seita, religião, instituição política ou organização, não se envolve em qualquer controvérsia, não subscreve nem combate quaisquer causas. O nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade.

O "problema comum" é o alcoolismo. Os homens e mulheres que se consideram membros de AA são e serão sempre alcoólicos, embora possam ter outras adicções. Reconheceram finalmente que já não são capazes de controlar qualquer tipo de bebida alcoólica. Hoje mantêm-se completamente afastados da bebida. O mais importante é que não tentam enfrentar o problema sozinhos. Discutem-no abertamente com outros alcoólicos. Esta partilha de "experiência, força e esperança" parece ser o elemento chave que torna possível viverem sem álcool e até, na maioria dos casos, sem vontade de beber.

A segunda maneira de descrever Alcoólicos Anónimos é delinear a estrutura da Comunidade. Numericamente, AA compõe-se de mais de 2.000.000 de homens e mulheres em 150 países. Estes homens e mulheres reúnem-se em Grupos que variam em tamanho, desde uma meia dúzia de ex-bebedores em algumas localidades, até várias centenas em comunidades maiores.

Nas áreas metropolitanas populosas podem existir numerosos Grupos, cada um com as suas próprias reuniões regulares. Muitas reuniões de AA são abertas ao público. A maior parte dos Grupos têm "reuniões fechadas", nas quais os membros se sentem encorajados a discutir problemas que poderiam não ser inteiramente compreendidos por não-alcoólicos.

O Grupo é considerado o núcleo da Comunidade AA. As suas reuniões abertas recebem alcoólicos e os seus familiares num ambiente de amizade e ajuda mútua. Hoje existem mais de 93.000 Grupos pelo mundo inteiro, incluindo algumas centenas em hospitais, prisões e outras instituições.

Alcoólicos Anónimos nasceu em Akron, em 1935, quando um homem de negócios de Nova Iorque, sóbrio pela primeira vez em anos, visitou um outro alcoólico. Durante os seus poucos meses de sobriedade, este homem de Nova Iorque tinha notado que o seu desejo de beber diminuía quando tentava ajudar outros “bêbedos” a alcançar a sobriedade. Em Akron foi conduzido a um médico local que tinha problemas com a bebida. Trabalhando juntos, o homem de negócios e o médico descobriram que a sua capacidade de permanecerem sóbrios parecia estar muito relacionada com o grau de ajuda e encorajamento que conseguiam dar a outros alcoólicos.

Durante quatro anos o novo movimento, sem nome, sem qualquer organização ou literatura descritiva, cresceu lentamente. Formaram-se Grupos em Akron, Nova Iorque, Cleveland e nalguns outros locais.

Em 1939, com a publicação do livro Alcoólicos Anónimos do qual a Comunidade tirou o seu nome, e como resultado da ajuda de vários amigos não-alcoólicos, a Comunidade começou a atrair a atenção nacional e internacional. Abriu-se então um escritório de serviços na cidade de Nova Iorque, para responder aos milhares de perguntas e pedidos de literatura que são recebidos todos os anos.

SERÁ QUE EXISTEM REGRAS EM AA?

A ausência de regras, regulamentos ou obrigações é um dos aspectos únicos de AA, como Grupo local e como comunidade mundial. Não existem regulamentos que digam que um membro precisa de assistir a um certo número de reuniões num determinado período de tempo.

É compreensível que a maioria dos Grupos tenha uma tradição não escrita de que aquele que ainda bebe e perturba as reuniões com o seu comportamento barulhento poderá ser convidado a sair da sala. Esta mesma pessoa será bem vinda noutro dia qualquer, desde que não prejudique a reunião. Entretanto, os membros do Grupo farão o possível para ajudá-lo a alcançar a sobriedade, desde que ele ou ela tenha o desejo sincero de parar de beber.

QUANTO É QUE SE PAGA PARA SER MEMBRO DE AA?

Não existem quaisquer obrigações financeiras para se ser membro de AA. O programa de recuperação do alcoolismo de AA está disponível para qualquer um que deseje parar de beber, quer esteja arruinado ou seja milionário.

A maioria dos Grupos faz uma colecta nas reuniões, para custear o aluguer da sala de reuniões e pagar outras despesas tais como o café, sanduíches, bolos ou qualquer outra coisa. Na maior parte dos Grupos, parte do dinheiro da colecta destina-se à contribuição voluntária para os serviços nacionais e internacionais de AA. Estes fundos são utilizados exclusivamente para ajudar Grupos novos e antigos e para levar a mensagem do programa de recuperação de AA aos "muitos alcoólicos que ainda o não conhecem".

A ideia fundamental é que para ser membro de AA não é preciso apoiar financeiramente a Comunidade. De facto, muitos Grupos de AA estabeleceram limitações rigorosas aos montantes de contribuições dos seus membros. AA é inteiramente auto-suficiente e não aceita contribuições de fora.

QUEM É QUE DIRIGE O AA?

AA não tem empregados ou executivos com poderes ou autoridade sobre a Comunidade. Não existe "governo" em AA. Contudo, é evidente que, mesmo numa organização informal, certas actividades têm de ser desempenhadas. No Grupo local, por exemplo, alguém tem de arranjar uma sala adequada para reuniões, e as reuniões precisam de ser programadas e preparadas. É necessário providenciar o abastecimento de café e bolachas que tanto contribuem para o ambiente de camaradagem nas reuniões de AA. Em muitos Grupos acham também conveniente que alguém se responsabilize pela correspondência de AA, a nível nacional e internacional.

Quando se abre um Grupo, alguns voluntários podem assumir essas responsabilidades, agindo informalmente como servidores do Grupo. Contudo, assim que possível, estas responsabilidades são transferidas rotativamente por meio de eleições para outros membros do Grupo, que servem por períodos de tempo limitados. Um Grupo típico de AA tem geralmente um coordenador, um secretário, uma comissão de programação de reuniões, um responsável pelo serviço de café, um tesoureiro e um Representante de Serviços Gerais, o qual representa o Grupo em reuniões regionais ou locais. Os recém-chegados que tenham já um certo tempo de sobriedade são encorajados a prestar serviço no Grupo. A nível nacional e internacional existem também tarefas específicas a serem desempenhadas. É necessário escrever, imprimir e distribuir literatura aos Grupos ou pessoas que a pedem. É também necessário responder às perguntas feitas por Grupos novos ou Grupos já formados e responder aos pedidos de informação sobre AA e o seu programa de recuperação do alcoolismo.

Há que procurar informar e dar esclarecimentos a médicos, membros do clero, homens de negócios e directores de instituições, assim como criar e manter boas relações públicas com a imprensa, rádio, televisão, cinema e outros meios de comunicação. Para garantir o crescimento seguro e saudável de AA, os primeiros membros da comunidade, juntamente com amigos não alcoólicos, constituíram um Conselho de Custódios, hoje conhecido como Conselho de Serviços Gerais de Alcoólicos Anónimos. O Conselho serve de guardião das tradições de AA e de tudo o que diga respeito a AA e responsabiliza-se pela qualidade de serviços prestados pelo Escritório de Serviços Gerais de AA em Nova Iorque.

O elo de ligação entre o Conselho e os Grupos de AA dos Estados Unidos (da América) e do Canadá é a Conferência de Serviços Gerais de AA. A Conferência, composta por cerca de 91 delegados de zona de AA, de 21 Custódios no Conselho, membros pertencentes ao Escritório de Serviços Gerais e outros, reúne todos os anos durante alguns dias. A Conferência é um órgão exclusivamente consultivo. Não tem qualquer autoridade para regular ou governar a Comunidade. Assim, a resposta à pergunta "Quem dirige AA?" é que a Comunidade é um movimento invulgarmente democrático, sem autoridade central e só com um mínimo de organização formal.

SERÁ QUE AA É UMA COMUNIDADE RELIGIOSA?

Não, AA não é uma comunidade religiosa, na medida em que não é preciso ter nenhum credo religioso definido para se ser membro. Muito embora tenha sido apoiada e aprovada por muitos chefes religiosos, não está ligada a nenhuma organização ou seita. Entre os seus membros há católicos, protestantes, judeus, membros de outras grandes comunidades religiosas, agnósticos e ateus.

O programa de AA para a recuperação do alcoolismo está inegavelmente baseado na aceitação de certos princípios espirituais. Cada membro tem a liberdade de os interpretar conforme ele ou ela entender ou, pura e simplesmente, nem sequer se preocupar com eles.

A maior parte dos membros, antes de recorrer a AA, já tinha admitido que não conseguia controlar a sua maneira de beber. O álcool tinha-se transformado num poder superior a eles próprios e aceite como tal. AA sugere que para alcançar e manter a sobriedade, os alcoólicos precisam de aceitar e depender de um outro Poder que reconheçam como sendo superior a eles próprios. Alguns alcoólicos preferem considerar o seu Grupo como esse poder superior. Para muitos outros, este poder é Deus - como cada um O concebe. Outros ainda, acreditam em conceitos completamente diferentes de um Poder Superior.

Quando recorrem a AA, alguns alcoólicos mostram inicialmente muitas reservas quanto a aceitar qualquer concepção de um Poder superior a eles próprios. A experiência mostra que, se mantiverem a mente aberta a esse respeito e continuarem a assistir a reuniões de AA, provavelmente acabará por não lhes ser muito difícil descobrir por si mesmos uma solução aceitável para este problema, que é puramente pessoal.

SERÁ QUE AA É UM MOVIMENTO A FAVOR DA TEMPERANÇA?

Não, o AA não está relacionado com qualquer movimento a favor da temperança. A frase “AA não subscreve nem combate quaisquer causas” copiada das linhas gerais amplamente aceites do Preâmbulo da Comunidade também se aplica à questão dos assim chamados movimentos a favor da temperança. O alcoólico que atingiu a sobriedade e que tenta seguir o programa de recuperação de AA tem uma atitude para com o álcool que pode ser semelhante à do doente alérgico para com a causa da sua alergia.

Embora muitos A.A.s reconheçam que o álcool não faz mal nenhum a muita gente, também sabem que para eles próprios é um veneno. Normalmente um membro de AA não deseja privar ninguém de uma coisa que, usada com cuidado, pode ser uma fonte de prazer. O membro de AA apenas reconhece que ele/ela é que não é capaz de lidar com o álcool.

domingo, 24 de março de 2013

AUTO-ESTIMA

 

Dr. Lais Marques da Silva, Ex- Custódio e Ex-presidente da Junaab.
Auto-estima. Valorização de si mesmo, amor próprio. IMG0113A
Entre os alcoólicos, é comum observar que, anteriormente ao desenvolvimento da dependência química, eram egocêntricos, apresentavam baixa capacidade de suportar tensões nervosas e que tinham baixa auto-estima, embora esses traços não concorram para elevar o risco de se tornarem alcoólicos.
Para sair de um padrão emocional baixo, os alcoólicos dependem de novas e poderosas fontes de auto-estima e de esperança, sendo observado que uma abstinência estável esteja ligada a uma mudança profunda de personalidade que ocorre, não por coincidência, com a evolução que se verifica no decurso do crescimento espiritual.
Em A.A. não se estuda o problema do alcoolismo nem se faz diagnóstico. Diagnosticar como alcoólico corresponderia a rotular de um modo que pode causar dano tanto à auto-estima quanto à aceitação social.
A auto-estima recebe um reforço considerável quando o alcoólico entra em serviço, uma vez que não só percebe que pode fazer alguma coisa pelos outros, mas também porque o serviço tende a reduzir a preocupação mórbida que o alcoólico tem consigo mesmo, além de fortalecer a ligação entre o membro de A.A. e o grupo.
A elevação da auto-estima é de enorme importância, pois leva os alcoólicos a mudanças de atitude e a melhores resultados do que os que se conseguem simplesmente fazendo ameaças ou apelando para a racionalidade ao se procurar fazer aconselhamento. É uma mudança de atitude. A recuperação está intimamente associada ao ganho de auto-estima.
Um outro fato importante ligado ao aumento da auto-estima é que, na medida em que ela aumenta, o alcoólico readquire a capacidade de ouvir as mensagens que são passadas nos grupos. Ele se torna permeável, aceita a comunidade formada pelo grupo.
Auto-estima é alguma coisa que não se pode pegar, mas ela influi na nossa maneira de sentir e de ser. Não se pode vê-la, mas está lá quando nos vemos no espelho. Não podemos ouvi-la, mas esta lá quando falamos com nós mesmos.
Estima é a palavra que usamos para coisa ou pessoa que avaliamos como sendo de valor. Se se acha que uma pessoa tem valor, isso significa que ela está em elevada estima. Temos estima por um troféu porque ele traduz o valor da conquista. Auto significa de si mesmo e, aí está então a auto-estima significando que nos achamos importantes. É como nos vemos e como sentimos acerca das nossas realizações. É a maneira silenciosa de se achar de valor, de ser amado e aceito pelas pessoas.
A auto-estima ajuda a manter a cabeça elevada, a ter orgulho de si mesmo e do que podemos fazer. Dá coragem para tentar novas coisas e poder para acreditar em si mesmo. Dá respeito a si mesmo quando se comete um engano. Quando nos respeitamos, as outras pessoas também o fazem. É também necessária para fazer opções certas acerca de nós mesmos.
Naturalmente, todos nós temos altos e baixos, mas ter baixa auto-estima não é bom. Sentir-se sem importância causa tristeza e isso pode inibir as nossas ações, dificultar fazer novas amizades. Ter elevada auto-estima é importante para crescer.
É preciso fazer uma lista das coisas em que somos bons, quaisquer que sejam elas. É preciso que nos cumprimentemos a cada dia por todas as coisas que fazemos bem e de bom e ainda lembrar delas antes de dormir.
É preciso gostar do nosso corpo porque ele é nosso, afinal. Se há algo que pode ser corrigido, é corrigir. Mas é necessário aceitar o que não se pode modificar. Se pensamentos negativos invadem a nossa mente, que se dê um basta neles.
É preciso manter o foco nas boas coisas e nas boas qualidades que temos e, sobretudo, aprender a nos aceitar. É preciso fazer brilhar a nossa auto-estima.
PENSAMENTOS QUE AJUDAM
"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome ... Auto-estima".
"Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, a minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama ... Amor-próprio".
"Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é ...Plenitude".
"Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei menos vezes. Hoje descobri a ... Humildade".
"Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre, desisti de fazer grandes planos e abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é ... Simplicidade".
"Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou que a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é ... Respeito".
"Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de ... Amadurecimento".
"Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. Hoje seu que isso é ... Autenticidade".
"Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é ... Saber Viver".

Serviço, expressão de Gratidão

 

A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc.

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A gratidão é uma emoção que envolve um sentimento de dívida emotiva em direção de outra pessoa; freqüentemente acompanhado por um desejo de agradecê-lo, ou reciprocar para um favor que fizeram por você. Num contexto religioso, gratidão também pode referir-se a um sentimento de dívida em direção de uma divindade; a expressão de gratidão a Deus é um tema central do cristianismo.

Quero começar pelo senso comum. Muitas pessoas só se sentem capazes de agradecer por comparação a quem tem menos ou não têm nada, por comparação a moribundos, miseráveis, destituídos, ou a quem perdeu. É muito freqüente ouvirmos sermões do tipo: “Agradeça por ter um corpo perfeito; por ter uma casa, alimento, saúde, por ser parte de uma minoria privilegiada... Agradeça por estar sem beber enquanto a maioria vai beber até a morte”. É a alegria pela comparação com as desgraças dos outros. Na verdade, uma forma vulgar e bem baixa de gratidão. Uma gratidão passiva, fruto de espíritos mais invejosos do que virtuosos. Precisam da miséria, da derrota ou da infelicidade alheia para ser felizes. É a alegria por saber que se tem o que o outro não possui. Emerge somente por comparação, por meio de um olhar invejoso e competitivo. É uma forma infeliz de gratidão. Tem o mal do outro como condição.

A gratidão, antes de ser um consolo ou um sentimento de dívida, pode ser um ato. O ato simples de usufruir o que se tem. Ser grato, em seu sentido mais virtuoso, é dar valor ao que se tem.

A gratidão é dom, a gratidão é partilha, a gratidão é amor: é uma alegria que acompanha a idéia de sua causa quando essa causa é a generosidade do outro, ou sua coragem, ou seu amor. Alegria retribuída: amor retribuído.

Gratidão diz respeito mais precisamente ao reconhecimento de que não somos sujeitos absolutos de nossa própria condição. Ser grato é reconhecer que outras pessoas também participaram na produção de nossa aventurança. Trata-se de certa humildade que obriga a reconhecer o outro como parte de nossa alegria. É poder dedicar, compartilhar a graça recebida. Reconhecer o que nos foi dado.
Agradecer é dar; ser grato é dividir. Esse prazer que devo a você não é apenas para mim. Essa alegria é a nossa. Essa felicidade é a nossa.

O egoísta pode regozijar-se em receber. Mas seu regozijo é seu bem, que ele guarda só para si. Ou, se o mostra, é mais para fazer invejosos do que felizes: ele exibe seu prazer, mas é o prazer dele. Já esqueceu que outros têm algo a ver com isso. Que importância tem os outros? Por isso o egoísta é ingrato: não porque não goste de receber, mas porque não gosta de reconhecer o que deve a outrem.

O egoísta é incapaz disso, pois só conhece suas próprias satisfações, sua própria felicidade, pelas quais zela como um avaro por seu cofre.

A ingratidão não é incapacidade de receber, mas incapacidade de retribuir – sob a forma de alegria, sob a forma de amor – um pouco da alegria recebida ou sentida.

Ser grato é um ato louvável. Pela gratidão, reconhecemos que fomos ajudados. E reconhecemos igualmente que existe um Poder, uma força superior a nós, sem a qual não podíamos ser ajudados.

Gratidão é atitude muito comumente encontrada nas religiões. Desde crianças costumamos ouvir: “Agradeça a Deus por isso ou por aquilo.” Seria uma obrigação do tipo agradeci, pronto. Missão cumprida!

Mesmo que a gratidão seja mais profunda e autêntica, ela se limita ao reconhecimento. Esgota-se aí, por si mesma.

Em nossas salas, frequentemente, ouvimos: “Eu sou grato a Alcoólicos Anônimos porque conquistei minha família, meu nome, ou meu emprego, ou minha saúde...”.

Mas será que a gratidão, por si só, é tudo?

Penso que em Alcoólicos Anônimos não basta ser grato. Precisamos de algo mais que ser grato. Afinal devemos ter atitude de gratidão com relação à oportunidade que um Poder Superior nos deu de termos chegado com vida em A.A.

Então mais que gratidão devemos ter atitude de gratidão.

Logo que chegamos em A.A., começamos o nosso caminhar consciente. Primeiro o esforço para não beber só por hoje. Depois iniciar uma programação para não retornar à bebida com os nossos 12 Passos. A seguir, começamos uma participação maior “compartilhando experiências, forças e esperanças” que fazem a nossa Unidade e ainda a participação em serviços que abre as portas para outros chegarem da mesma forma que outros, antes de nós, através do serviço mantiveram as portas abertas possibilitando a nossa chegada, quando Deus, na concepção de cada um, permitiu que isso acontecesse.

Para que isso aconteça, não basta a gratidão. Não basta reconhecermos humildemente que fomos ajudados. Não é suficiente expressar via palavras que somos gratos e o quanto somos gratos a nossa querida Irmandade.

É importante é extremamente necessário que passemos da grata reflexão à ação – palavra-chave. É vital que participemos ativamente. Todos. Cada um de nós na prática de nossos princípios, na transmissão da mensagem, na manutenção de nossa estrutura, enfim de nosso terceiro legado: O Serviço.

A prática do serviço tem que ser responsável e responsabilidade é a atitude que sucede à gratidão. Responsabilidade dá sentido à gratidão. Se a gratidão sozinha não diz muita coisa, quando associada à responsabilidade ela se torna amor a Alcoólicos Anônimos.

A expressão que define gratidão, portanto, é o serviço prestado com amor, com responsabilidade. Talvez, o nosso termo de responsabilidade ficasse mais correto se ao invés de “quando qualquer um estender a mão pedindo ajuda, quero que a mão de A.A. esteja sempre ali e por isso eu sou responsável” usássemos “e por isso eu sou grato, eternamente grato a essa Irmandade de homens e mulheres que salvou a minha vida e a de outros tantos espalhados mundo afora”.

Aqui, porém, cabe um sinal de perigo a um erro muito comum que acontece quando estamos servindo em A.A. que é esperar gratidão. É fazer algo pelo outro já, de antemão, esperando que no futuro haja reconhecimento. Fazer de graça, por amor, esperando gratidão ou retribuição, é tolice. Neste sentido, o serviço deve ser realizado sem esperar nada em troca. Isto simplesmente porque a gratidão do outro é do outro.

Por outro lado, sentir-se grato, às raias de um sentimento constante de dívida impagável, também pode não ser muito saudável. A gratidão é sempre boa na medida da alegria que a acompanha. E a angústia de uma dívida constante carece de alegria. Já vi casos em que a gratidão mais expressava sofrimento do que alegria. A pessoa se sentia, na verdade, mais devedora do que grata. Embora se expressasse sempre com a palavra “gratidão”. Sim, quando somos gratos, podemos assim dizer: “devo muito a você, a fulano ou sicrano. Devo muito ao meu Grupo base; devo muito a Alcoólicos Anônimos”, porém, em muitos casos, não é possível que todos sejam “pagos”, que todas estas dívidas sejam saldadas.

Não é o caso de pagar, mas de comemorar juntos a alegria da graça obtida. E o Serviço em A.A. é a oportunidade que temos de comemorar a alegria da graça obtida. O Serviço em A.A. é a verdadeira expressão da gratidão.

Para encerrar, ficarei com as palavras do Dr. Bob retiradas do livro Alcoólicos Anônimos no capítulo 12 “O pesadelo do Dr. Bob”:

“Passo muito tempo transmitindo o que aprendi àqueles que querem e precisam desesperadamente disto. Faço-o por quatro motivos:

  • Sentimento de dever.
  • É um prazer.
  • Porque, ao fazer isto, estou pagando minha dívida para com o homem que encontrou tempo para me transmitir tudo isso.
  • Porque, a cada vez que o faço, garanto-me um pouco mais contra uma possível recaída.

Obrigado companheiros e companheiras por me permitirem expressar a minha gratidão a Alcoólicos Anônimos através do serviço prestado com alegria que é a expressão máxima de amor.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma aula de espiritualidade

 

REVISTA VIVÊNCIA
REVISTA BRASILEIRA DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS - Nº 65 - MAI/JUN 2000

Revista Vivencia

A leitura de Variedades da Experiência Religiosa, de Williams James, reservou "gratíssimas surpresas" a este companheiro.
Foi como se eu tivesse realmente "pronto" - no quarto ano de A.A. - para ler o texto do filósofo norte-americano William James, considerado o "pai da moderna psicologia". Li Variedades da Experiência Religiosa como quem estuda: com cuidadosa atenção e anotando passagens importantes num bloco de papel. Como não encontrei uma edição em português, recorri a um volume em espanhol, numa biblioteca pública, e isso por si só tornou minha leitura ainda mais atenta.
Foram muitas e gratíssimas as surpresas. A experiência foi notável, não só por confirmar para mim aspectos da espiritualidade que eu já havia percebido, por meio da prática do programa de A.A. - a exemplo da consideração do autor de que "Deus é real desde o momento em que produz efeitos reais", mas também porque me abriu novas e valiosas perspectivas de crescimento espiritual, ao esclarecer sensações que já tinham me assaltado mas que não conseguia identificar com clareza. Caso desta passagem:
"A prece ou a comunhão íntima com o espírito transcendental - seja 'Deus' ou 'lei' - constitui um processo onde o fim se cumpre realmente, e a energia espiritual emerge e produz resultados precisos, psicológicos ou materiais, no mundo fenomenológico.".
Ao final da leitura sobrou para mim uma certeza: a de que o crescimento espiritual constante poderá me conduzir a um estado em que minhas preces deixem de ser meramente súplicas (como foram até agora e acredito que assim continuarão por tempo indeterminado) e passem a representar um estado mais elevado, em que eu possa louvar e amar a Deus como Ele merece ser louvado e amado - para que a semente de Sua presença dentro de meu próprio espírito possa se tornar plenamente efetivada.
Confesso que, de início, não achava que fosse ler o livro inteiro, mas apenas dois dos 20 capítulos, os que tratam da conversão (que eu entendo como despertar espiritual). Findos os dois capítulos (cada capítulo corresponde a cada uma das 20 conferências realizadas por James na Universidade de Edimburgo, na Inglaterra, entre 1901 e 1902), compreendi que tinha aberto uma arca de tesouro, passando a devorar tudo.
Há no livro um aspecto que, logo de saída, me fisgou: a generosidade do mestre, que não dá um passo sem relatar detalhadamente casos verídicos (alguns envolvendo alcoólicos), além de citar bastante outros autores e pesquisadores - como é o caso destas palavras , creditadas ao professor Leuba, contemporâneo seu e também precurssor da psicologia da religião:
"Deus não é conhecido, não é compreendido, é simplesmente utilizado, às vezes como provedor material, às vezes como suporte moral, às vezes como amigo, às vezes como objeto de amor. Se demonstrar sua utilidade, a consciência espiritual não exige mais nada.
Existe Deus realmente?
O que é?, são perguntas irrelevantes.
Não é a Deus que encontramos na análise última dos fins da espiritualidade, mas sim a vida, maior quantidade de vida, uma vida mais ampla, mais rica, mais satisfatória. O amor à vida, em qualquer e em cada um de seus níveis de desenvolvimento, é o impulso religioso".
Outra citação, creditada pelo autor a Frederic Myers: "Se perguntarmos a quem dirigir a prece, a resposta (curiosamente, é certo...) há de ser isso não tem demasiada importância; a prece não é uma coisa puramente subjetiva, significa um incremento real da intensidade de absorção de poder espiritual - ou graça -, mas não sabemos suficientemente o que ocorre no mundo espiritual, para saber como atua a prece, quem toma conhecimento dela, ou por que tipo de canal é outorgada a graça".
James também afirma que "o ponto religioso fundamental é que na prece e energia espiritual - em outros momentos adormecida - torna-se ativa e realmente se efetua uma obra espiritual de algum gênero". Ele constatou, em suas extensas pesquisas sobre homens e mulheres que conseguiram despertar seu íntimo espiritual , que "o novo ardor que acende o peito dessas pessoas consome, com seu fulgor, as inibições inferiores que antes as perseguiam e imuniza-as da porção vil de suas naturezas. A magnanimidade, antes impossível, agora parece fácil; os convencionalismos insignificantes e os vis incentivos, antes tirânicos, agora não mais as subjugam".
Muito antes da fundação de A.A., James já utilizava palavras muito familiares a todos nós, membros da Irmandade: "O despertar espiritual pode advir por um crescimento gradual ou abruptamente (por crisis), mas em qualquer desses casos parece ter chegado 'para ficar'...". Citando Starbuck, outro contemporâneo seu, James comenta que o efeito do despertar espiritual consiste em proporcionar "uma mudança de atitudes com relação à vida, que é constante e permanente, ainda que os sentimentos flutuem...".
Essa singela colocação, "ainda que os sentimentos flutuem", produziu em mim um efeito balsâmico. É que durante um bom período de minha recuperação pessoal, vivia com medo de que minhas oscilações emocionais constituíssem um grande risco. É certo que preciso continuar muito atento a meus altos e baixos emocionais, mas o fato é que tal reflexão veio confirmar o que eu já vinha percebendo há algum tempo. Ou seja, que, como ser humano, estou sujeito a uma certa gangorra de sentimentos, que nem sempre, contudo, leva a uma recaída alcoólica.
Um pouco mais de esclarecimento, sobre os meus temores de recaída, chegou-me com essa reflexão: "Enquanto a nova influência emocional não alcançar um tom de eficácia determinante, as mudanças que produz são inconstantes e volúveis e o homem volta a recair em sua atividade original.
Mas quando uma emoção nova consegue uma certa intensidade, atravessa-se um ponto crítico, conseguindo-se uma revolução irreversível equivalente à produção de um novo estado natural".
E é muito significativo que, 35 anos antes da fundação de A.A., William James, confrontando o "santo" (para o autor, santa é toda pessoa com faculdades espirituais fortes e desenvolvidas) e o "homem forte" (refere-se ao conceito de super-homem, de Nietzche), tenha escrito: "(...) No entanto, é possível conceber uma sociedade imaginária na qual não caiba a agressividade mas sim apenas a simpatia e a justiça - qualquer pequena comunidade de verdadeiros amigos conduz a essa sociedade. Quando consideramos abstratamente esta sociedade, ela seria, em grande escala, o paraíso, já que cada coisa boa se produziria sem nenhum desgaste. O santo se adaptaria perfeitamente a essa sociedade.
Suas maneiras pacíficas seriam positivas para seus companheiros e não haveria ninguém que se aproveitasse de sua passividade. Portanto, o santo é, abstratamente, um tipo de homem superior ao 'homem forte', porque se adapta a essa sociedade mais elevada concebível, sem depender para nada o fato desta sociedade vir a se concretizar ou não jamais". Impossível não fazer uma analogia com A.A.
Nessa altura de minha programação pessoal, estou amplamente convencido de que a vasta literatura de A.A. é mais do que suficiente para minha recuperação constante - só por hoje. Lendo o livro de William James , pude sentir uma enorme satisfação também pelo fato de estar bebendo das águas de um dos regatos dos quais Bill W. se serviu. E uma grande necessidade de compartilhar minha experiência com os leitores da revista.
Vinte e quatro horas a todos.
Juan, São Paulo/SP
Revista Vivência nº 65 - - maio/junho 2000

domingo, 17 de março de 2013

"ÁLCOOL MATA, MAS QUEM SE IMPORTA?"


"…É importante esclarecer que um alcoólatra não precisa obrigatoriamente ser internado para se tratar: cada caso é um caso e hoje existem outros modelos de tratamento. Mas é preciso alertar que o álcool embriaga a família. "A doença gera ansiedade e desagregação na família, que dificilmente sai do problema sozinha", explica Fátima Rato Padin, psicóloga com especialização e mestrado na Unifesp. Os grupos de ajuda mútua, como Amor Exigente e Al-Anon, segundo Fátima, têm filosofias próprias e não servem para todos. Mas a família não deve desistir porque procurou ajuda e não deu certo. .."
A Lei Seca parece estar pegando, as políticas públicas vêm evoluindo, o preconceito diminuiu. O alcoolismo vem sendo mais bem compreendido nos últimos 20 anos. Mas a maioria dos brasileiros ainda não acredita que a dependência do álcool seja doença – nem que o único remédio para o dependente, muitas vezes, seja parar de beber.
Foi o que fez o jornalista e escritor Ruy Castro, ex-marido da autora do texto, há 21 anos – e ele não tem do que reclamar. Foi essa também a escolha do médico que o ajudou na época e de algumas pessoas que resolveram contar suas histórias. Todas elas só têm motivos para comemorar – sem álcool. E desejam que muitos outros brasileiros aprendam a lidar com essa doença tão social e tão traiçoeira.
Quando saiu a Lei Seca, em junho de 2008, pipocaram reportagens abordando esquemas alternativos criados por donos de bares (mandar o cliente para casa de táxi ou de van) e pelos frequentadores (fazer rodízio para ter um motorista sóbrio), ao lado de protestos de inconstitucionalidade e outros. Mas o que levou as autoridades a determinar a prisão de quem dirigisse depois de consumir apenas dois chopes? Afinal, as pessoas abusam tanto assim da bebida?
O álcool é a droga mais consumida no mundo, e dirigir alcoolizado é um dos nossos principais problemas de saúde pública.

 
O Primeiro Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, realizado em 2007, acusou: dois terços dos indivíduos que dirigiram alcoolizados fizeram isso depois de consumir três doses de álcool duas a três vezes no último ano – ou seja, a maioria bebeu mais do que o limite legal do Brasil antes da Lei Seca. E 61% da bebida consumida era justamente cerveja ou chope.
Os números são claros: segundo dados do Ministério da Saúde de março de 2009, os atendimentos de urgência caíram em média 11,5% em 17 das 26 capitais pesquisadas, e houve uma redução de 20,5% no número de vítimas fatais em acidentes de trânsito. E o balanço anual divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também em março revelou que as mortes em acidentes no trânsito paulistano diminuíram 6% em 2008 – com apenas seis meses da lei mais rigorosa.
Realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) em parceria com a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o I Levantamento Nacional foi coordenado pelo médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira e revelou uma realidade infinitamente mais dramática: temos aproximadamente 12% de alcoólatras – cerca de 15 milhões de pessoas!


Da população pesquisada, com idade de 14 a 65 anos, 52% bebe: metade ocasionalmente, e metade, com frequência. Dos que bebem com frequência, metade é dependente e os outros 12% são bebedores abusivos. Beber abusivamente, ou de maneira nociva, significa consumir cinco ou mais doses uma ou mais vezes por semana (no caso das mulheres, quatro doses ou mais). Esse levantamento e outros estudos recentes indicam também que os jovens estão começando a beber por volta dos 12 anos. Na região Sul, o quadro é pior.
Reportagem publicada em 2008 no jornal Zero Hora, sob o título "Infância assolada pelo álcool", alertava que os hábitos culturais da serra gaúcha fazem crianças de apenas cinco anos começarem a beber vinho por influência dos familiares.
Pesquisas sobre violência doméstica jogam mais combustível nesse copo: uma delas, realizada em 2007 pelo Data Senado, registrou o uso de álcool em 45,5% dos casos de violência doméstica. Esse dado confirma pesquisa de 2005 do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), que relatava agressores alcoolizados em 52% dos casos. O álcool, usado pelas pessoas para ficarem "alegres", pode se tornar uma arma, especialmente nas mãos de quem se torna seu escravo.image
As coisas melhoraram muito nas duas últimas décadas, pois os mitos que cercavam a dependência química começaram a cair graças à atenção da mídia. "Hoje existem políticas públicas continuadas", diz o Dr. Luiz Alberto Chaves de Oliveira, mais conhecido como Dr. Laco, que é presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas e Álcool (Comuda) e também Coordenador de Atenção às Drogas na cidade de São Paulo.
"As universidades se preocuparam em formar profissionais especialistas na área, o que não existia nos anos 1980, e surgiram outros modelos de tratamento além da internação. Mas os grupos de ajuda mútua, espalhados por todo o País, ainda sofrem muito preconceito e são desconsiderados", afirma o médico, que garante que existe uma relação direta e bastante documentada entre abuso de álcool e diversos tipos de câncer, como de faringe, esôfago, fígado e pâncreas, e ainda com infarto, hipertensão, AVC. "A doença alcoolismo tem um caráter multifacetado", completa.
Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Uniad, muita gente ainda não compreende a doença. Ele explica: "Ninguém nasce dependente do álcool: o alcoolismo é um processo em que a pessoa se torna dependente ao longo dos anos, à medida que bebe cada vez mais – inclusive para aliviar a ressaca. O problema é que é difícil identificar o alcoolista* antes que o quadro se torne severo", diz Laranjeira.
Ele entregou em abril de 2008 um abaixo-assinado com 800 mil assinaturas ao presidente da Câmara, em Brasília, solicitando a proibição de anúncios de cerveja na TV e no rádio das 6 às 21 horas. Esse abaixo-assinado foi fruto do movimento Propaganda sem Bebida, encabeçado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pela Uniad/Unifesp.
"No mês seguinte o governo mandou uma MP ao Congresso com urgência constitucional", conta o médico. "Mas o lobby das indústrias de bebidas é fortíssimo: o caráter de urgência foi retirado e a MP ainda não foi votada."
* Fonte:
alcoolismo.com.br

quinta-feira, 14 de março de 2013

Alcoolismo também atinge a terceira idade

 

 

Fonte: http://alcoolismo.com.br/artigos/alcoolterceiraidadealcoolismo-tambem-atinge-a-terceira-idade/

O alcoolismo não tem idade para acontecer. Apesar do grande número de dependentes do álcool entre adolescentes, jovens e adultos, vem crescendo o número de idosos com esta doença. Segundo a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), o problema não costuma ser diagnosticado nesta faixa etária porque os sintomas do alcoolismo são atribuídos a outras doenças crônicas ou ao próprio envelhecimento.

Segundo a psicóloga Aurea Tami Baraldi, da Clínica Viva, a solidão, frustrações ao longo da vida ou não compartilhar os problemas são possíveis causas que levam o idoso a buscar o álcool. “Muitos são viúvos ou perderam pessoas queridas, então bebem querendo preencher um vazio. Não conseguem enxergar a bebida como um problema e, sim, como uma solução”, diz. Outra possibilidade para o alcoolismo na terceira idade, segundo ela, é a busca de novas amizades em bares.

Para Aurea, falta informação sobre as consequências da bebida alcóolica. “As pessoas, normalmente, não percebem que estão dependentes do álcool, acreditam que não faz mal beber e não sabem das consequências que isso acarreta”.

A psicóloga afirma que as famílias devem ficar atentas aos sinais de que o idoso anda bebendo em excesso. “É preciso conversar com ele e ficar atento pois eles tendem a esconder o problema. Se perceber que a pessoa está tendo problemas com o álcool deve-se procurar uma ajuda especializada”, ressalta Aurea.

9 Razões para não beber bebidas alcóolicas

 

Fonte: http://alcoolismo.com.b9 motivos para não beberr/feature/9-razoes-para-nao-beber-bebidas-alcoolicas/

Muitas pessoas acreditam que tomar uma ‘cervejinha’ ou uma taça de vinho não faz mal. Ou sem bebida alcoólica a festa não tem graça. Essas crenças faz com que as pessoas acreditem que o consumo de álcool seja natural, mas não é. Veja oito razões para evitar o consumo:

Doenças: O consumo do álcool está ligada a diversas doenças, como hepatite alcoólica cirrose, gastrite, pancreatite, perda de sensibilidade no corpo, alteração dos reflexos, câncer, miocardiopatia alcoólica (doença cardíaca causada pelo álcool), entre outras.

Dependência: Além das doenças já citadas, a dependência do álcool é um fator alarmante. Com o consumo constante de bebidas alcoólicas o organismo passa a necessitar de quantias cada vez maiores de álcool, podendo levar a pessoa a perder o controle e ter compulsão à bebida, características do alcoolismo.

Consciência: A bebida faz com que o indivíduo tenha a perda de consciência pessoal. Quem exagera no consumo, muitas vezes, não lembra do que fez ou o que falou.

Família: Quem bebe perde o respeito e a autoridade familiar com os filhos. Além disso, está comprovado que as famílias que bebem influenciam os adolescentes a beber.

Outras drogas: Na maioria dos casos de dependentes químicos, o álcool foi a porta de entrada para as outras substâncias.

Volante: Com a Lei Seca, quem é flagrado dirigindo alcoolizado é penalizado. Mesmo que não seja pego em uma blitz, quem bebe e dirige corre o risco de morrer ou matar outras pessoas por falta de reflexo na direção.

Efeitos colaterais: Dor de cabeça, enjoo, olheiras e mal estar. Estes são alguns dos sintomas de quem exagera no consumo de bebidas alcoólicas e no dia seguinte acorda com ressaca.

Boa forma: Beber bebida alcoólica no fim de semana, após passar a semana tendo hábitos saudáveis, com alimentação balanceada e exercícios físicos, é jogar um balde de água fria em todo seu esforço. A bebida tem muitas calorias.

Desidratação: Um dos efeitos colaterais da bebida alcoólica é o efeito diurético. O corpo vai precisar de mais água para filtrar o álcool no organismo e como nem todos lembram de se hidratar corretamente. Com isso, a água será retirada da constituição do organismo, causando desidratação.

terça-feira, 12 de março de 2013

Celebração da sobriedade

 

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
O médico homeopata Olney Fontes, especialista na doença do alcoolismo: celebração da sobriedade.

imageCuiabá foi escolhida para ser a sede da 18ª Convenção Nacional dos Alcoólicos Anônimos (AA), que acontecerá no Centro de Eventos do Pantanal nos dias 6, 7 e 8 de setembro.
O médico homeopata Olney Fontes, especialista na doença do alcoolismo e diretor da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos no Brasil (Junaab), esteve na Capital para avaliar os preparativos do evento e fazer um convite para a sociedade cuiabana.
Segundo Olney, a convenção é uma celebração da sobriedade e deve reunir de cinco a oito mil pessoas de todo o Brasil. São também esperados participantes da Colômbia, Peru, Venezuela, Paraguai e Estados Unidos. “O que esse evento representa é que a celebração, geralmente regada a álcool, não precisa disso para virar uma grande festa, que é o que teremos em setembro”, disse.
O início das atividades será marcado por uma cerimônia de desfile de bandeiras e hinos. O que se segue é uma variedade de palestras e reuniões com o tema alcoolismo, abordando a doença e sua superação.
O evento também terá a participação do Al-Anon, associação de parentes e amigos de pessoas com alcoolismo, pois de acordo com Olney, essa é uma doença que afeta não só quem sofre dela, mas todos a sua volta. “O alcoólatra sofre uma transfiguração quando não está sóbrio, podendo ficar agressivo e afetar de forma negativa as pessoas de seu convívio”, diz. Outra situação apontada pelo médico é a amnésia alcoólica, conhecida como “apagão”. Nesse caso, o portador da doença não se lembra de suas ações depois que o efeito do álcool passa.
O AA completou 77 anos no ano passado. Foi fundado em 1935, na cidade de Ohio (EUA), por Bill Wilson, corretor da bolsa de valores de Nova York, e Bob Smith, médico cirurgião. Ambos eram alcoólatras e fundaram a irmandade com o objetivo de compartilhar suas experiências e tentar resolver o problema que tinham em comum.

GERALDO TAVARES/DC - STÉFANIE MEDEIROS - Da Reportagem

segunda-feira, 11 de março de 2013

História de A.A. no Brasil

ASPECTOS HISTÓRICOS DE A.A. NO BRASIL - DIFÍCIL COMEÇO

Corria o ano de 1945, um membro viajante norte-americano, de nome Bob Valentine, amigo de Bill W., de passagem pelo Rio de Janeiro, então capital nacional, conhece uma pessoa também americana (não está totalmente definido se era homem ou mulher), com o nome de Lynn Goodale. Após uma conversa com Bob Valentine, Lynn encontra a sobriedade.
A Fundação do Alcoólico era a responsável direta pela correspondência de Alcoólicos Anônimos com a sociedade e o elo entre a correspondência de seus membros. Portanto, Bob Valentine, de volta aos EUA, em visita à Fundação, passa-lhe o endereço de Lynn, como possível contato no Brasil.
Prontamente, a secretária da Fundação do Alcoólico escreve-lhe uma carta na qual solicita a confirmação do contato brasileiro, dizendo-se feliz por poder assinalar um ponto na cidade do Rio de Janeiro em seu mapa de contatos no exterior. Ao receber essa correspondência, Lynn responde afirmativamente sobre incluir-se como contato de A.A. no Rio de Janeiro e informa que sua estada no Brasil seria por pouco tempo. Solicita também algum material (memorandos, boletins etc.) e diz: "Há quatro meses evito o primeiro gole; fazendo algo, creio que manterei minha sobriedade (...) gostaria de ter alguma participação no crescimento de Alcoólicos Anônimos aqui no Brasil."
A carta de agosto de 1945, assinada por Margareth Burger, então secretária da Fundação do Alcoólico, não altera muito os acontecimentos mas marca o final da correspondência e Lynn Goodale sai de cena.
No ano seguinte, a Fundação do Alcoólico recebe a seguinte correspondência, vinda do Brasil:
"Rio de Janeiro, Brasil, 19 de junho de 1946.
Ao Secretário do
A.A. Cosmopolitan Club
Nova Iorque
Prezado Secretário:
Há coisa de um mês atrás o remetente desta esteve em seu Escritório e, antecipadamente prevendo sua mudança aqui para o Rio de Janeiro, solicitou algum contato com um membro de A.A. Fui gentilmente informado do nome de Lynn Goodale - Av. Almirante Barroso nº 91, como tal. Lamento informar que devido ao meu precário português, ou pelo endereço incompleto, fui incapaz de localizar essa pessoa e o auxílio das listas telefônicas locais também foi insuficiente.
Você teria a paciência suficiente (considerando que o correio aéreo regular consome cerca de 29 valiosos dias na ligação Nova Iorque/Rio de Janeiro) de fornecer-me instruções suficiente para contatar essa pessoa ou qualquer outro membro de A.A. no Rio?
Obrigado por seu interesse
Herbert L. Daugherty
Rua Gustavo Sampaio nº 86 - apto. 402
P.S. Você poderá incluir-me como contato para o futuro?"
Tratava-se de Herbert L., um publicitário norte-americano, sóbrio desde 1945, quando conheceu Alcoólicos Anônimos em Chicago, que veio ao Rio de Janeiro, juntamente com sua esposa Elizabeth, para cumprir um contrato de três anos como diretor de arte numa grande companhia internacional de publicidade.
A resposta da Fundação trouxe-lhe o nome de outras pessoas, Don Newton e Douglas Calders, as quais poderiam ajudá-lo; informou-lhe sobre a postagem de um "suprimento grátis de literatura" e trouxe-lhe um pedido de abordagem a um jovem de Recife.
Preocupado em manter sua sobriedade e decidido a começar um Grupo de A.A. no Rio, Herb (como era conhecido) decide escrever à Fundação, meses depois do último contato, dizendo não ter encontrado as pessoas indicadas. Nessa carta, datada de 2 de junho de 1947, Herb também informa que ele e sua esposa já haviam se adaptado bem no Brasil e solicita mais nomes e endereços de possíveis AAs no Rio.
"Lynn Goodale e Don Newton deixaram o Rio de Janeiro" - diz a correspondência vinda da Fundação, a qual também traz um pedido preocupado: "Não deixes passar outro ano sem correspondência" - e informa ao casal o novo endereço de Douglas C.
As cartas entre a Fundação do Alcoólico e Herb continuaram. Na próxima, Herb envia um cartão constando seu nome e endereço, cadastrando-se oficialmente como contato de A.A. no Brasil.
Quarenta e sete foi o ano dos acontecimentos que culminaram com o início efetivo de A.A. no Brasil. No mês de julho, Herb recebeu endereço de outro AA residente no Rio de Janeiro e alguns panfletos em espanhol e, em outubro, a Fundação expressa sua felicidade pelo início de um Grupo de A.A. no Brasil.
Contudo, há uma lacuna entre a carta de julho e a de outubro. Foi justamente na época que se inicia o primeiro Grupo.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DE A.A. NO BRASIL - DIFÍCIL COMEÇO

A DIFÍCIL TAREFA DE DIVULULGAR A MENSAGEM
UM MAL-INTENCIONADO ARTIGO DISTORCE OS PRINCÍPIOS DA IRMANDADE

Tudo o que os iniciadores tinham feito até os idos de 1952 fora transmitir a mensagem. Herb, já em 1947, fora o autor de uma matéria no jornal O Globo. A partir daí uma sucessão de "boa publicidade" aconteceu; foram várias as matérias publicadas a bem de nossa recém forjada Quinta Tradição. Por falar em Tradições, elas haviam sido aprovadas no ano anterior, em Cleveland, e os Grupos de A.A. em geral tentavam seguir esses doze pontos para assegurar o futuro de A.A. Mas como no início da história da irmandade de A.A. nos EUA, aqui no Brasil também tivemos problemas relacionados aos princípios tradicionais.
Uma das primeiras "desavenças" envolveu Harold num artigo que refletiu várias inverdades sobre a irmandade de A.A.: "Os Regenerados do Álcool", da Revista da Semana.
Provavelmente com finalidade meramente noticiosa ou sensacionalista, a Revista da Semana coloca aos seus leitores um "furo de reportagem" sobre "uma sociedade secreta dos antigos viciados" . Tudo começou com uma farsa.
O repórter iniciou o trabalho de "desvendar o mistério" - usando uma expressão do texto - com telefonemas a Harold W., dizendo-se bebedor inveterado e ansioso por ajuda. Prontamente, como deveria ser, o companheiro marcou um encontro no qual sua primeira pergunta foi: "Quais são os sintomas que você sente quando bebe?" A resposta, o repórter comenta na matéria: "Por um instante ficamos paralisados sem saber o que responder. Da resposta que déssemos a essa insignificante pergunta, dependeria o sucesso da reportagem. Aquelas palavras, ditas à queima-roupa, soavam com violência e ressonância aos nossos ouvidos. Naquele momento estava em jogo todo o trabalho de preparação, os esforços que fizemos para descobrir os responsáveis pela secreta agremiação, o assunto de suma importância para nós, enfim, tudo seria sacrificado se não respondêssemos satisfatoriamente. Havia a necessidade de respondermos ter o malsinado vício, que éramos beberrões inveterados em busca de salvação e amparo. E foi o que fizemos, com êxito."
A partir daí todos podem imaginar o teor comercial da reportagem. O artigo foi ilustrado pela capa e contracapa do folheto branco, e pela foto de Harold almoçando, fruto de um mirabolante plano. A repercussão na Irmandade não é muito citada nos documentos que dispomos. No entanto, exatamente uma semana após a publicação, Harold escreveu ao diretor da revista consternado por ter sido ludibriado e pela quebra da Tradição do Anonimato. Nessa carta Harold esclarece também os pontos distorcidos na revista. Discorre com detalhes sobre o princípio do Anonimato, sobre nosso propósito único, a respeito da recuperação em A.A. e encerra dizendo: "Se o seu repórter tivesse comparecido e declarado sua verdadeira intenção, eu teria ajudado com o máximo prazer a apresentar uma reportagem que não afetasse desfavoravelmente os princípios da agremiação humilde de A.A. ou dos seus membros, nos moldes das publicadas anteriormente no Brasil por conceituadíssimos periódicos."
O assunto da reportagem parece não ter ido muito à frente, mas provavelmente ajudou na resolução de se constituir um órgão de serviço de A.A. juridicamente, com registro em cartório.
Em dezembro daquele ano um estranho estatuto, mais as Doze Tradições, foram registrados no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Estranho porque entre as incumbências do secretário geral do Conselho estavam: "Orientar e fiscalizar todos os Grupos e seus membros, evitando qualquer ligação com outras entidades e exploração de qualquer natureza" e "Fazer cumprir as Tradições e estes estatutos."
Ainda falando em pulgação na imprensa, em 1953, o jornal A Noite, num artigo equivocado, dizia que Alcoólicos Anônimos havia sido fundada no Brasil, naqueles dias, quando o Grupo Rio de Janeiro de A.A. findava sua atividade e já contávamos com outros Grupos, dentre eles o Central do Brasil, formado em 1952. Não obstante, a pulgação continuou, inclusive no rádio. Em 1956, contávamos com cerca de treze Grupos brasileiros registrados no catálogo mundial.

Responsabilidade implica numa escolha e numa decisão.

para publicar

domingo, 10 de março de 2013

Para nós AAs em RECUPERAÇÃO.


ESL-RJ - MODELO A SER SEGUIDO, ISSO SIM É DEMONSTRAÇÃO DE TRABALHO. PARABÉNS!


UNIDADE
BOLETIM INFORMATIVO DO ESL/RJ
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRAS DAS 09:00h ÀS 12:00h E DAS 13:00h ÀS 17:00h
EM PAUTA
à ASPECTOS LEGAIS DO ESL/RJ
Temos todas as certidões negativas emitidas dos diversos órgãos federais, estaduais e municipais, ficando apenas uma pendência na Receita Federal em decorrência do não julgamento de recurso impetrado em fev/2012 por cobrança indevida de multa.
O Alvará já foi obtido, assim como os cadastros da Receita Federal e Receita Estadual já se encontram rigorosamente atualizados.
E S L  E M  A Ç Ã O
- As reuniões para profissionais estão sendo realizadas bimestralmente na Rua da Quitanda, 185/302. Sendo que a de março será no dia 19/03 das 13h às 17h
- Para maior comodidade de nossa comunidade estamos operando com cartões de DÉBITO e CRÉDITO através de convênio firmado com a operadora Cielo. Esta medida também diminui a circulação de papel moeda aumentando substancialmente nossa segurança
Nossos compromissos
* Estamos repassando gradualmente as contribuições para o ESG pendentes do período de 2009 a 2011. As de 2012 estão em dia. O saldo remanescente até fevereiro está em torno de R$ 10.000,00.
* A Área 01 já repassou para o ESG a cota integral dos relatórios da CSG/2013 e agora conta com a consciência dos Grupos e companheiros na aquisição de seus exemplares.
46° ENCONTRO ESTADUAL
ITAPERUNA
Setor 4/RJ
20/OUT/2013
Inscrição: R$ 30,00
Informe-se nos Distritos ou ESLs
INTERDISTRITAL/2013
TEMA: Apadrinhamento à Luz dos Três Legados
Dia 26 de Maio das 8h às 14h30
LOCAL: Instituto João Alves S.A.I.
Rua Ipiranga, 70 - Laranjeiras
Custos operacionais
* O resultado operacional acumulado em 2012 apontou superávit de R$ 29.170,79, portanto uma média mensal de R$ 2.430,00 possibilitando o cumprimento de nossos compromissos mensais e também nossa responsabilidade de repassar as contribuições para o ESG do mês e mais um fração do saldo anterior acumulado.
TORNE SEU GRUPO VISÍVEL A QUEM NOS PROCURA!
Acesse nosso site e verifique se o seu grupo está atualizado. www.aa.org.br link "Fale Conosco" ou mande um e-mail para "coordcairj@aa.org.br / aarj@aa.org.br"
NOSSA LITERATURA
Já dispomos do novo livro DAS TREVAS PARA A LUZ por R$ 23,00
Próximo CR 23/03 no Grupo Barra da Tijuca a partir das 8h45
Atenção ao novo horário de Almoço da secretaria: 12h às 13h. Não funciona aos sábados!
CONTA PARA CONTRIBUIÇÕES PARA O ESL
BANCO BRADESCO AGÊNCIA: 3002 / CONTA CORRENTE: 069836-9