quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Nunca desista dos seus sonhos e siga os sinais

Colaboração: Grupo Carmo Sion de AA

NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS SIGA OS SINAIS"
"Estávamos todos doentes e mergulhados num mundo triste quando me lembrei de
Alcoólicos Anônimos."
Sou uma pessoa privilegiada porque insisti em seguir os sinais que o Poder Superior, DEUS, me concebeu.
Se eu os tivesse ignorado, hoje talvez não tivesse experimentando esta tão benfazeja calmaria em meu lar.
Conheci Alcoólicos Anônimos em 1999 através de uma prima; ela queria ardentemente que aqui em minha cidade funcionasse um grupo de A.A. e que seu irmão freqüentasse para se recuperar do alcoolismo.
Justo nessa época eu vivia uma das piores fases do meu casamento, meu marido estava bebendo muito.
Quando para me casar, a única coisa que pedi a meu noivo era que nunca fosse um bebedor, pois já havia sofrido muito na infância com o alcoolismo do meu pai e presenciei o sofrimento de minha mãe.
Por essas coisas do destino, que a gente não consegue entender, acabei me casando com um alcoólico.
No início do nosso casamento ele bebia menos, depois, quando tivemos o nosso filho, ele ficou mais à vontade para beber, pois às vezes eu não saia à noite com ele por causa do neném, e então eu comecei a perceber que ele a cada dia chegava mais embriagado.
Nessa época em que minha prima apareceu com a idéia de formar um grupo de A.A. aqui em minha cidade, eu já estava desesperada, pois pedia a meu marido, conversava, chorava e nada mudava a sua atitude.
Fui ficando doente, deprimida e meu filho, então, apareceu com uma conjuntivite alérgica; em certos dias ele não conseguia nem desgrudar os olhos de manhã, de tanta secreção. Levei-o a uma médica e ela me perguntou se ele não estava passando por algum conflito familiar, algum problema na escola, etc.
Então entendi tudo... Meu filho estava fragilizado demais com a situação que reinava na nossa casa; ele não podia contar com o pai quando o mesmo chegava alcoolizado e nem comigo, pois eu estava 24 horas preocupada com meu marido: como ele vai chegar hoje? Será que já bebeu? Devo ficar calada? Não!
Vou conversar mais uma vez com ele!
Com isso percebi que meu filho não tinha apoio de nenhum dos dois.
Estávamos todos doentes e mergulhados num mundo triste quando me lembrei de Alcoólicos Anônimos, talvez a única chance de refazer a harmonia que o álcool retirou do nosso lar.
Quando comecei a levar meu filho a uma psicóloga, ela me disse que eu precisava mais de terapia que meu filho, pois estava completamente afetada pelo alcoolismo do meu marido; então, comecei a minha terapia, que me deu mais força para conhecer Alcoólicos Anônimos e agilizar a formação de um Grupo.
As primeiras reuniões que aconteceram aqui em minha cidade foram organizadas pela minha mãe, com muita gente convidada dos grupos de Belo Horizonte e outras cidades, que vinham aqui e falavam para duas ou três pessoas apenas, apesar dos convites, mas e o preconceito de quem precisa de A.A.?
Um dia eu já estava desesperada; meu marido não queria nem saber da reunião e pensei: ­ vou deixar isso de uma vez por todas; vou desistir de ficar insistindo com ele para ir abrir a sala de reuniões, a sala que eu havia conseguido; ele não tem nem vontade de ir lá, que dirá convidar alguém!
Comecei a chorar e nisso alguém chamou lá fora. Fiquei com muita raiva e pensei: ­ Não tenho nem sossego para chorar e curtir a minha tristeza sem alguém perturbar, mas fui atender depois de enxugar as lágrimas.
Quando cheguei na janela, um homem que eu nunca tinha visto me perguntou:
Aqui que mora uma pessoa que é de Alcoólicos Anônimos? ­ Eu sou um viajante e estou de passagem nesta cidade; preciso de um companheiro para tomar a minha dose diária de remédio: a Reunião.
Levei um susto!
Chamei meu marido, ele recebeu o homem e eu saí correndo para chamar outros para se reunirem com eles.
Fui à casa da minha mãe ao lado, busquei uma garrafa de café e deixei para eles; saí para deixá-los à vontade. Valeu a pena! A reunião foi muito boa e fez muito bem ao meu marido.
Desde então ele passou a abrir a sala de A.A.; teve uma recaída, mas o Poder Superior nunca nos deixou; ele está sóbrio há dois anos.
Quando as coisas não iam bem sempre acontecia algo a nosso favor: um telefonema, alguém chegava falando de A.A., alguém oferecendo uma visita e eu percebi que tudo estava a nosso favor, para nos dar forças, eram os sinais!
Não desisti e tem valido a pena seguir esses sinais.
Vale a paz no meu lar, vale a alegria de viver sem o álcool, vale acreditar em A.A., vale acreditar no milagre que acontece em uma simples sala de A.A. onde dois ou três ou mais desejam uma única coisa: viverem e se manterem sóbrios um dia de cada vez.


Maria J. / Rio Espera / MG
Vivência n° 95 ­ Mai./Jun. 2005

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